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Amigos leitores, ultimamente eu tenho ido ao cinema aos sábados à tarde, não para ver cinema, mas para ver grandes óperas clássicas transmitidas ao vivo do METROPOLITAN OPERA de NEW YORK, em HD e com as melhores vozes da atualidade em performances excepcionais. Resolvi compartilhar com vocês a última das peças que fui ver como estímulo para que vocês possam pesquisas nos cinemas perto de suas casas as peças que estão sendo apresentadas. As que eu tenho ido são no Shopping Recife, que tem uma cadeia de cinemas UCI. Vou escrever um pouco sobre PARSIFAL de WAGNER.
WAGNER foi um compositor alemão que viveu no século dezenove (1813 – 1883) reconhecido pelas óperas grandiosas, sempre com uma história complexa escrita pelo próprio Wagner, harmonias musicais ricas e orquestrações grandiosas, sempre cantadas em alemão, geralmente exaltando o nacionalismo e a excelência da raça alemã. Obteve grande sucesso na segunda metade do século dezenove e no início do século vinte, entretanto, depois de ter sido usado pelos nazistas para divulgar a superioridade ariana e ser o preferido de Hitler, caiu em desgraça após a segunda grande guerra e foi praticamente banido por décadas dos grandes teatros do mundo. Atualmente não se pode tocar WAGNER no estado de Israel. Nas últimas décadas do século passado suas peças voltaram a ser tocadas e o grande público teve de novo acesso à grandiosidade da obra desse alemão. Seu trabalho, apesar de cercado de controvérsias principalmente antissemitas, é um marco na música mundial e suas óperas são reconhecidas como entre as melhores de todos os tempos. PARSIFAL é a sua última ópera e talvez por este motivo apresente uma marcante religiosidade ao longo dos seus atos. Eu posso resumi-la apresentando a vocês o ambiente em que se inicia a ópera: um rei ferido e doente, líder de uma ordem sacerdotal de cavaleiros cristãos que dão suporte ao seu reinado. A ordem sacerdotal adora o Santo Graal, que vem a ser o cálice sagrado usado pelo nosso Senhor Jesus Cristo na última ceia, antes de ser preso e crucificado; e adora também a LANÇA SAGRADA, que vem a se a lança empunhada pelo soldado romano que cortou o flanco de Jesus Cristo. O rei - AMFORTAS - guardião do Graal e da lança, a perdeu para o malvado KLINGOR, que após roubá-la fere o Rei deixando-o fraco e ferido, sem condições de continuar seu reinado e reaver a lança. KLINGOR, com seu plano malévolo de roubar também o GRAAL e destruir o Rei, entrega-se à feitiçaria, enfeitiçando KUNDRY, uma mulher que nunca envelhece e tem o poder de seduzir PARSIFAL. É nesse momento de desesperança e angústia que aparece PARSIFAL, o idiota ingênuo, um tolo de coração puro. PARSIFAL vendo a situação do reino, e atendendo a um pedido, segue em busca do poderoso bruxo armado somente com sua tolice e seu coração puro. Com essa pureza ele destrói o bruxo, recupera a lança e a restitui ao rei, e é coroado novo rei e protetor do GRAAL e da lança. Esse é o resumo de quatro horas e meia de peça, que somados aos dois intervalos entre os atos, chega a mais de cinco horas no total. Quem espera uma música fácil de ser entendida e cantarolada depois, pode esquecer! A música é bela e grandiosa, mas quase nunca repetitiva e por isso mesmo deve ser de difícil interpretação para músicos e cantores. O quadro geral é bom. Gostei e recomendo!
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