sábado, 23 de julho de 2016
A LENDA DE TARZAN (2016)
É impressionante a capacidade dos roteiristas e contadores de história de Hollywood para recriar personagens e temas antigos, já batidos e usados à exaustão. A LENDA DE TARZAN (2016) em cartaz nos cinemas é um exemplo disso. A história do menino branco que foi criado por gorilas na selva africana e se tornou o Tarzan e depois se apaixonou pela garota Jane, já foi contada em incontáveis filmes entre as décadas de trinta e noventa do século passado. O interesse do público por Tarzan é tanto que houve também uma série televisiva, quadrinhos, gibis, merchandising, propaganda etc. A Disney em 1999, retomou o tema e os personagens em filmes e séries de animação em que apresenta um jovem Tarzan ainda nos primeiros momentos de seu encontro com Jane.
Esse filme, A LENDA DE TARZAN (2016) consegue mais uma vez o que parecia impossível: empolgar, inspirar e levar uma multidão aos cinemas recontando uma história velha e batida. É o talento e a força de Hollywood em requentar uma velha pizza e nos apresentar com um novo molho.
O filme nos apresenta TARZAN em Londres, rico, aristocrático e investido dos poderes e riquezas como o Lord Greystock, título da realeza britânica que recebeu como herança de seus pais mortos na floresta enquanto ele era ainda um bebê. Casado com Jane, morando numa mansão rural inglesa do século XIX, cercado por empregados e pelas lembranças de seus dias na África. Tarzan é um homem triste e Jane uma mulher saudosa. A felicidade e as amizades ficaram para trás na África.
O filme se passa na década de 1850 e nos apresenta um problema político e econômico no país africano, o Congo, dominado pela monarquia colonialista Belga que tem problemas para pagar seus compromissos com a banca internacional, americanos e ingleses incluídos. Lord Greystock é chamado como emissário do parlamento britânico para usar suas habilidades para ajudar a desatar o nó africano. Os belgas escravizam o povo e exploram as riquezas das terras, até que um líder tribal importante – Chief MBounga (Djimon Hounsou) - se põe no caminho de seu administrador local, Capitão Rom (Christoph Waltz) . Esse líder tribal pede a cabeça de Tarzan como vingança, e oferece em troca sair do caminho dos belgas. Ele ainda consegue a grana necessária para que o corrupto capitão Rom prossiga com seus planos. Está montada a armadilha para atrair TARZAN de volta à África e a grande catapulta para os fortes acontecimentos que virão na próxima hora de filme.
Os personagens:
1. Tarzan/ Lord Greystock, resume-se a músculos e pouca emoção. Tarzan é um cara triste com superpoderes, com uma força animal e a habilidade para se comunicar com animais selvagens. Mete-se numa confusão sem saber, sai no braço com um irmão gorila e une homens e animais em defesa da sua esposa, das famílias de seus amigos e do Congo. Ao final, fica a sensação de que no próximo filme de Tarzan ele estará junto com a Liga da Justiça, ou unido ao Capitão América e ao Homem de Ferro no combate ao crime e a favor dos injustiçados.
2. Jane Porter, a personagem mais intrigante do filme. Mulher forte que escolhe acompanhar o marido para um continente hostil e não se intimida frente aos problemas e perigos. Representa a mulher moderna, que não segue o marido, mas faz suas próprias escolhas e enfrenta os problemas de igual para igual.
3. O vilão, Capitão Rom, com o excepcional ator Christoph Waltz, em mais um papel memorável. O cara é fera mesmo. Esteve nos excelentes filmes Bastardos Inglórios e recentemente na série 007. Rom é o administrador do país que toma a infeliz decisão de mexer com quem estava quieto na Inglaterra. Além de representar com maestria o estado monarquista, opressor, escravocrata e explorador do século XIX, o personagem caracteriza-se pela violência fina e corrupção. Só um super-herói para vencer esse super cara do mal, só a LENDA DO TARZAN.
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