domingo, 31 de julho de 2016
Para os fãs da trilogia, faltou a inovação. Estávamos mal acostumados.
JASON BOURNE (2016)
Depois de hackear o computador central da CIA nos EUA e encontrar novas informações sobre o passado de Jason Bourne (Matt Damon), Nicky Parsons (Julia Stiles) o encontra em lutas de rua num canto qualquer entre a Grécia e a Macedônia. Ao tentar recrutar Bourne para seu trabalho como hacker de uma organização que levanta e distribui na internet informações secretas de agencias de inteligência, Parsons revela a Bourne detalhes sombrios do seu passado e o motivo pelo qual ele foi recrutado. Com isso, ela entra na mira da CIA, envolve Bourne e cria o motivo e os meios para que BOURNE volte à ativa após alguns anos. Depois daí, o filme é repetitivo para todos os fãs da trilogia de JASON BOURNE. A seguir algumas das principais características da trilogia Bourne que são mantidas e repetidas à exaustão:
1. As angustiantes cenas de perseguição envolvendo ao mesmo tempo tanto agentes da CIA como a polícia local;
2. A excruciante tentativa de salvamento de Parsons;
3. As inteligentes lutas internas entre grupos da própria CIA pelo poder e para defender cada um seus próprios interesses.
4. Um arqui-inimigo bem treinado em perseguição a Bourne e Parsons;
Alguns pontos inovadores que fazem jus à trilogia Bourne:
1. Depois do evento Snowden, que expôs como nunca os organismos secretos americanos ao divulgar na internet documentos confidenciais, o filme se torna atual e inovador ao apresentar esse tema. Parsons trabalha para uma organização que tenta divulgar na internet informações confidenciais dessa agências. Bourne e Parsons são perseguidos exatamente para evitar que essas informações secretas venham a público.
2. Entra em cena uma jovem especialista em computadores, HEATHER LEE, em ascensão na CIA que aparece para ajuda-lo, criando um elo que permite que Bourne obtenha mais detalhes sobre seu passado;
3. A cena de perseguição com veículos em Las Vegas é incrível, espetacular, inovadora. Uma novidade em vários pontos.
4. A interação fantástica de novas tecnologias, redes sociais e empresas ponto com, com os programas de assassinos treinados para alcançar os objetivos e defender os interesses americanos mundo afora.
Para os fãs da Trilogia, faltou a inovação. Estávamos mal acostumados.
1. O filme peca em não seguir o modelo inovador dos três primeiros, apesar de manter a mesma pegada dos anteriores.
2. Estabelecidos os motivos iniciais, fica fácil adivinhar os próximos passos para quem assistiu em detalhes a trilogia inicial.
Uma única surpresa é reservada para o final com a personagem chamada Heather Lee, uma jovem agente, astuta e especialista em novas tecnologias que dá apoio interno a Bourne contra as ordens de seus chefes. Lee além da surpresa do filme é também o grande questionamento ao final. Um novo personagem que agrega e que pavimenta o caminho para uma nova sequência.
A chamada trilogia Bourne ( THE BOURNE IDENTITY(2002), THE BOURNE SUPREMACY (2004), THE BOURNE ULTIMATUM(2007) ) foram filmes de ação revolucionários em seu tempo. Uma câmera trêmula, como se nós estivéssemos todo o tempo acompanhando bem ao lado dos personagens, um roteiro original e cenas de perseguição e lutas impressionantes e absolutamente inovadoras. A inovação foi tanta, que os filmes de 007 mudaram por causa deles e muitos bons filmes de ação anteriores se apequenaram depois do aparecimento desses filmes. Sabemos que é difícil para um diretor e roteirista se reinventar a cada filme. Sabemos que é impossível para um grande artista ser melhor que sua obra prima. Os primeiros filmes da trilogia Bourne, principalmente o segundo e o terceiro, as obras primas desses diretores e roteiristas, dificilmente serão alcançados em termos de inovação e modernidade. Assim, nos resta a diversão, resta a esse filme caminhar sobre todos os pontos de sucesso deixados pelos filmes anteriores. Seguindo por essa trilha, o filme certamente será um sucesso e vale a pena assistir. Vale o ingresso. Caso você já tenha visto os três primeiros filmes, vai entender o que estou dizendo. Caso não tenha visto nenhum deles, você vai adorar o filme, torcer pela vitória de Bourne e acompanhar com atenção os vários personagens, a história e as cenas de ação e ao final terá visto um grande filme.
sábado, 23 de julho de 2016
A LENDA DE TARZAN (2016)
É impressionante a capacidade dos roteiristas e contadores de história de Hollywood para recriar personagens e temas antigos, já batidos e usados à exaustão. A LENDA DE TARZAN (2016) em cartaz nos cinemas é um exemplo disso. A história do menino branco que foi criado por gorilas na selva africana e se tornou o Tarzan e depois se apaixonou pela garota Jane, já foi contada em incontáveis filmes entre as décadas de trinta e noventa do século passado. O interesse do público por Tarzan é tanto que houve também uma série televisiva, quadrinhos, gibis, merchandising, propaganda etc. A Disney em 1999, retomou o tema e os personagens em filmes e séries de animação em que apresenta um jovem Tarzan ainda nos primeiros momentos de seu encontro com Jane.
Esse filme, A LENDA DE TARZAN (2016) consegue mais uma vez o que parecia impossível: empolgar, inspirar e levar uma multidão aos cinemas recontando uma história velha e batida. É o talento e a força de Hollywood em requentar uma velha pizza e nos apresentar com um novo molho.
O filme nos apresenta TARZAN em Londres, rico, aristocrático e investido dos poderes e riquezas como o Lord Greystock, título da realeza britânica que recebeu como herança de seus pais mortos na floresta enquanto ele era ainda um bebê. Casado com Jane, morando numa mansão rural inglesa do século XIX, cercado por empregados e pelas lembranças de seus dias na África. Tarzan é um homem triste e Jane uma mulher saudosa. A felicidade e as amizades ficaram para trás na África.
O filme se passa na década de 1850 e nos apresenta um problema político e econômico no país africano, o Congo, dominado pela monarquia colonialista Belga que tem problemas para pagar seus compromissos com a banca internacional, americanos e ingleses incluídos. Lord Greystock é chamado como emissário do parlamento britânico para usar suas habilidades para ajudar a desatar o nó africano. Os belgas escravizam o povo e exploram as riquezas das terras, até que um líder tribal importante – Chief MBounga (Djimon Hounsou) - se põe no caminho de seu administrador local, Capitão Rom (Christoph Waltz) . Esse líder tribal pede a cabeça de Tarzan como vingança, e oferece em troca sair do caminho dos belgas. Ele ainda consegue a grana necessária para que o corrupto capitão Rom prossiga com seus planos. Está montada a armadilha para atrair TARZAN de volta à África e a grande catapulta para os fortes acontecimentos que virão na próxima hora de filme.
Os personagens:
1. Tarzan/ Lord Greystock, resume-se a músculos e pouca emoção. Tarzan é um cara triste com superpoderes, com uma força animal e a habilidade para se comunicar com animais selvagens. Mete-se numa confusão sem saber, sai no braço com um irmão gorila e une homens e animais em defesa da sua esposa, das famílias de seus amigos e do Congo. Ao final, fica a sensação de que no próximo filme de Tarzan ele estará junto com a Liga da Justiça, ou unido ao Capitão América e ao Homem de Ferro no combate ao crime e a favor dos injustiçados.
2. Jane Porter, a personagem mais intrigante do filme. Mulher forte que escolhe acompanhar o marido para um continente hostil e não se intimida frente aos problemas e perigos. Representa a mulher moderna, que não segue o marido, mas faz suas próprias escolhas e enfrenta os problemas de igual para igual.
3. O vilão, Capitão Rom, com o excepcional ator Christoph Waltz, em mais um papel memorável. O cara é fera mesmo. Esteve nos excelentes filmes Bastardos Inglórios e recentemente na série 007. Rom é o administrador do país que toma a infeliz decisão de mexer com quem estava quieto na Inglaterra. Além de representar com maestria o estado monarquista, opressor, escravocrata e explorador do século XIX, o personagem caracteriza-se pela violência fina e corrupção. Só um super-herói para vencer esse super cara do mal, só a LENDA DO TARZAN.
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